Orquestra apresenta obras de Camargo Guarnieri, Sibelius e Mendelssohn-Bartholdy (seu ‘Concerto para Violino e Orquestra’) na Sala São Paulo, entre quinta-feira (13/jul) e sábado (15/jul); apresentação de sexta (14/jul) será transmitida ao vivo no YouTube da Osesp.

Dando continuidade à Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp se apresenta na Sala São Paulo entre quinta-feira (13/jul) e sábado (15/jul) novamente sob a batuta de seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, e tendo o jovem violinista brasileiro Guido Sant’Anna como convidado — Guido venceu o Concurso Jovens Solistas da Osesp em 2021 e, em 2022, o 10º Concurso Internacional de Violino Fritz Kreisler, em Viena, feito inédito para um brasileiro. O programa coloca lado a lado composições do brasileiro Mozart Camargo Guarnieri (Suíte Vila Rica), do finlandês Jean Sibelius (a Sexta Sinfonia) e do alemão Felix Mendelssohn-Bartholdy (seu Concerto para Violino e Orquestra, com Sant’Anna como solista). Vale lembrar que a performance de sexta (14/jul), às 20h30, será transmitida ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.
Foi no período em que trabalhou como assessor artístico de Clóvis Salgado, ministro da Educação e Cultura do governo de Juscelino Kubitschek, que Camargo Guarnieri (1907-1993) aceitou escrever a trilha sonora para um filme, dirigido pelos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira, Rebelião em Vila Rica. Eis a origem da Suíte Vila Rica. Os autores do enredo falam sobre política e, para tanto, estabelecem uma analogia com um fato histórico do Brasil do século XVIII , quando o povo que se concentrava principalmente na cidade de Vila Rica — hoje conhecida como Ouro Preto — reclamava da cobrança de impostos e pretendia a libertação de Portugal. Os personagens daquela rebelião, que culminou em morte e prisões, como a do herói nacional conhecido como Tiradentes, emprestam seus nomes para os irmãos Santos Pereira, embora a trama escrita para o cinema transcorra no ano de 1945, com estudantes universitários. Concluído o trabalho, o compositor aproveitou trechos inteiros da trilha sonora, reorquestrou outros e inverteu certas partes para alcançar, no ano seguinte, o formato da Suíte Vila Rica.
Concebido desde 1838 para o amigo de infância de Mendelssohn (1809-1847), Ferdinand David (1810-73), nomeado spalla da Orquestra do Gewandhaus de Leipzig pelo compositor, que se tornara seu regente em 1835, o Concerto para Violino e Orquestra em Mi Menor teve sua estreia apenas em 1845. Ao lado de Sonho de uma Noite de Verão, Op. 61, é talvez a mais conhecida das peças orquestrais de Mendelssohn, e um dos mais universalmente aclamados concertos de violino do século XIX, junto aos de Beethoven, Brahms e Tchaikovsky.
Já a Sinfonia nº 6 de Jean Sibelius (1865-1957) estreou em Helsinque em 1923, e a nº 7, em Estocolmo, um ano depois. Intimamente ligadas pela técnica de composição, elas são, ao mesmo tempo, muito diferentes em seu caráter. A Sétima, em Dó Maior, é extrovertida e apolínea. Começa com um motivo ascendente, enquanto a Sexta, em Ré Menor, embarca num modo descendente, melancólico, que às vezes lembra a música de igreja da Renascença Italiana. Formalmente, a Sétima é mais avançada e tem a especificidade de transcorrer num movimento contínuo, o que reflete o pensamento formal radical típico das últimas obras de Sibelius, incluindo o poema sinfônico Tapiola (1926). Em entrevista ao jornal Helsingin Sanomat, Osmo Vänskä, um dos mais importantes regentes da música de Sibelius em nossos tempos, comenta o caráter autobiográfico da Sinfonia nº 6: “Um homem que está envelhecendo percebe a sua própria incapacidade. Os ideais estão lá, mas ele não consegue alcançá-los.”
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Fundada em 1954, desde 2005 é administrada pela Fundação Osesp. Thierry Fischer tornou-se Diretor Musical e Regente Titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Em 2016, a Orquestra esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê na China. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira. Em outubro de 2022, a Osesp estreou no Carnegie Hall, em Nova York, realizando dois programas – o primeiro como convidada da série oficial de assinaturas da casa, o segundo com o elogiado projeto Floresta Villa-Lobos.
Thierry Fischer
Desde 2020, o suíço Thierry Fischer é Diretor Musical e Regente Titular da Osesp, cargo que também assume na Orquestra Sinfônica de Castilla y León, na Espanha. Desde 2009, é Diretor Artístico da Sinfônica de Utah, da qual se tornará Diretor Artístico Emérito a partir do segundo semestre de 2023. Foi Principal Regente Convidado da Filarmônica de Seul (2017-20) e Regente Titular (agora Convidado Honorário) da Filarmônica de Nagoya (2008-11). Já regeu orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble Intercontemporain. Thierry Fischer iniciou a carreira como Primeira Flauta em Hamburgo e na Ópera de Zurique.
Guido Sant’Anna
Natural de São Paulo, o violinista fez sua primeira apresentação solo com orquestra aos sete anos de idade e no ano seguinte foi finalista do Concurso Prelúdio (TV Cultura). Em 2018, então com 12 anos, tornou-se o primeiro sul-americano a ser selecionado para a Menuhin Competition, em Genebra (Suíça), recebendo o Prêmio Música de Câmara e de Público, além do apoio da Caris Foundation, com o empréstimo de um violino de Vicenzo Iorio, de 1833. Integrou o Perlman Music Program (EUA) de 2019 a 2021, ano em que venceu o Concurso Jovens Solistas da Osesp. Venceu, em 2022, o 10º Concurso Internacional de Violino Fritz Kreisler (Viena), feito inédito para um brasileiro. Em 2023, iniciou contrato com a agência KD Schmid e recebeu bolsa integral para estudar na prestigiada Kronberg Academy, na Alemanha. Atualmente é bolsista do Cultura Artística e toca em um violino Jean Baptiste Vuillaume [1798-1875], gentilmente cedido pelo Luthier Marcel Richters, de Viena.
PROGRAMATEMPORADA OSESP: THIERRY FISCHER E GUIDO SANT’ANNAORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
THIERRY FISCHER regente
GUIDO SANT’ANNA violino
M. Camargo GUARNIERI | Suíte Vila Rica
Felix MENDELSSOHN-BARTHOLDY | Concerto para Violino e Orquestra em Mi Menor, Op. 64
Jean SIBELIUS | Sinfonia nº 6 em Ré Menor, Op. 104
SERVIÇO13 de julho, quinta, às 20h30
14 de julho, sexta, às 20h30 – Concerto Digital15 de julho, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos ElíseosTaxa de ocupação limite: 1.484 lugaresRecomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 258,00 (preços inteiros)Bilheteria (INTI): Neste link(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.
* Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.