A 22ª edição mostrou que com investimentos públicos e privados, o mercado náutico poderá se consolidar como um polo de geração de empregos e recuperação econômica
Com 8500 quilômetros de costa
atlântica navegável e mais de 45 mil quilômetros de rios, baías e lagos,
o Brasil guarda um dos maiores potenciais de crescimento do setor
náutico. A cidade de São Paulo, por exemplo, conta com dois grandes rios
que poderiam se tornar rotas de transporte para a população – sem
trânsito e sem cruzamentos. Mais do que a locomoção rápida, a 22ª edição
do São Paulo Boat Show mostrou que a valorização da cadeia náutica de
transporte, turismo e lazer pode transformar o setor em um polo de novas
oportunidades de emprego e renda.
O
maior salão náutico indoor da América Latina bateu recorde de público
na capital, com mais de 36 mil visitantes interessados em conhecer ou
mesmo levar para casa as novidades náuticas de 2019. Nos seis dias de
evento, a feira movimentou cerca de R$ 170 milhões na venda direta de
275 embarcações, um crescimento de 10% em relação ao último ano. A boa
notícia é que a cada nova embarcação vendida, a cadeia náutica emprega 5
pessoas diretamente e 3 indiretamente. A cada mil unidades construídas
são 8 mil empregos diretos e indiretos, e 120 mil empregos em todo o
Brasil, incluindo marinas, lojas, serviços, assistências técnicas.
Após
o evento, a estimativa é que o volume de vendas cresça com a
consolidação de negociações que se iniciaram ainda durante o salão
náutico. Para o idealizador do São Paulo Boat Show, Ernani Paciornik, a
22ª edição foi marcada pela estruturação de um novo momento da cadeia
náutica. “A Industria náutica é altamente produtiva, existem muitos
empregos e em cada barco são mais de 30 mil horas de mão de obra e esse
setor vai crescer muito com os investimentos no turismo náutico e na
implementação de cidades navegáveis, inclusive a cidade de São Paulo com
a despoluição do Rio Tietê e Pinheiros”, finaliza.
O
setor de turismo também é grande beneficiário do setor náutico. O
Brasil é um dos poucos países do mundo que permitem navegação durante
todos os meses do ano devido ao clima – tanto para velejar como para a
prática de esportes. Por isso, o evento também recebeu o Padi Dive
Festival com as novidades para mergulho e o Destinos Náuticos, com a
presença de diversos municípios que investem na infraestrutura de
turismo náutico. A iniciativa visa marcar que este é um setor diverso e
que constrói um ecossistema de oportunidades.
Como
já é tradição no São Paulo Boat Show, o Espaço dos Desejos também
coroou o evento com produtos dos sonhos. Em um ambiente de requinte e
glamour, foram expostos os mais cobiçados lançamentos do mercado de
luxo, como lançamentos de automóveis das marcas Audi e Mercedes-Benz,
helicóptero da Kopter, joias, roupas finas, óculos, eletrônicos de
última geração e serviços personalizados, que mostram que elegância e
inovação navegam juntos com os barcos de ponta do mundo náutico.
Paralelo
ao evento, aconteceu o 5° Congresso Internacional Náutica que contou
com a presença de prefeitos, secretários e representantes
internacionais. O Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Vinícius
Lummertz, que ressaltou que com um investimento forte é possível fazer
do turismo um segmento tão forte quanto o agronegócio. “Com o Governo
Federal atuando em parceria com as secretarias de turismo estaduais, é
possível alavancar a economia e gerar muitos empregos, se consideramos o
impacto dessa atividade na geração de negócios. Se não desenvolvermos
as vantagens que temos, estaremos enganando os próprios brasileiros”,
afirmou.
O Ministro do
Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, encerrou os ciclos de palestras e
reafirmou o compromisso do Governo Federal para somar forças no caminho
do desenvolvimento de atividades de turismo, gerando emprego e renda. “O
Ministério do Turismo tem a consciência plena de que o Turismo Náutico
necessita dessas parcerias e incentivos do governo federal junto aos
governos estaduais para que consigamos dar mais pujança a esse setor do
turismo tão importante para a sociedade, talvez o mais importante do
ponto de vista de geração de emprego e renda para o Brasil”, declarou.
Apesar
do potencial náutico, a realidade brasileira ainda está abaixo da média
mundial. Enquanto nos Estados Unidos a relação de barcos por habitantes
é de 1/23, no Brasil são 1/254. No entanto, a visão dos 102
expositores, que juntos somaram 110 embarcações no evento, é de otimismo
e crescimento.
Os
expositores comemoraram. A Intermarine, estaleiro brasileiro líder na
fabricação de yachts de luxo no Brasil, termina mais este evento com um
saldo positivo tanto em termos de negócios como na captação de novos
clientes potenciais, ao apresentar lançamentos de grande impacto. “O São
Paulo Boat Show tem um papel fundamental ao promover o segmento,
incentivar seu crescimento e a Intermarine trabalha continuamente para
sempre fazer mais e melhor e trazer inovações durante o evento”, relata
Roberta Ramalho, CEO da empresa.
“Estamos felizes e satisfeitos com nossa participação no São Paulo Boat Show, o evento continua sendo a melhor oportunidade do ano para apresentar as principais novidades e tendências da nossa linha de produtos. Como fonte de negócios mais uma vez se mostrou uma importante ferramenta, nossas embarcações foram muito visitadas e o feedback que recebemos de nossos clientes foi muito positivo”, diz José Antônio Galizio Neto, presidente da Intech Boating, que representa e produz a marca Sessa Marine no Brasil.

