13 mulheres foram homenageadas pelas lutas às políticas públicas no Município; evento contou com a presença do prefeito Válter Suman, além de secretários municipais e representantes do Poder Legislativo

A escrava que virou rainha. A frase usada para resumir a história de Tereza de Benguela, símbolo da resistência da mulher negra, pode também ser usada para simbolizar a história das 13 mulheres de Guarujá que foram homenageadas com a medalha que leva o nome da líder quilombola. Esta foi a sétima edição do evento, que aconteceu nesta terça-feira (1), no Teatro Municipal Procópio Ferreira.
O prefeito de Guarujá, Válter Suman, participou da cerimônia e entregou as medalhas para as homenageadas. “É uma noite de muita alegria. Essas mulheres são guerreiras e líderes das comunidades onde vivem. Por suas lutas e histórias estão recebendo o devido reconhecimento”, afirmou.
A iniciativa foi organizada pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, junto com a Prefeitura de Guarujá. O evento foi conduzido pela Assessoria de Políticas Públicas Para Igualdade Étnica, Racial e Direitos Humanos, vinculada à Secretaria Municipal de Comunicação e Relações Sociais (Secom).
O secretário da pasta, Tadeu Ferreira Júnior, comemorou o reconhecimento às mulheres honradas. “É um motivo de muita felicidade fazer parte desse momento. Aqui estão mulheres que atribuíram um novo sentido à luta pela resistência e debate de políticas públicas”, argumentou.
Homenagem
As 13 homenageadas foram: Denise Martins de Oliveira, Roberta Timoteo do Amaral Costa, Maria Ines Silva Pereira, Ana Flavia Lacerda Costa Souza da Silva, Nilza Moreira Rodrigues, Jocenita Silva dos Santos, Benedita Batista da Silva, Neide Nascimento Chagas, Cintia Ramos de Souza, Claudia Assis, Elisabete de Jesus, Carina Mendonça Santos e Zelinda Maria Tomazzia. Todas elas dedicaram longos anos a ações sociais e lutas por direitos e ideais.
Uma delas é Ana Flávia Lacerda. Em sua adolescência, sofreu abusos, teve envolvimento com drogas e chegou a morar nas ruas. Hoje, é advogada, publicitária e atua na Guarda Civil Municipal (GCM). “Faço parte da Patrulha Maria da Penha, que atua na fiscalização e prevenção a todas as formas de violência doméstica contra a mulher. O mais importante é que sejamos espelhos, para que a gente ajude outras pessoas”, afirmou Ana Flávia.
Outra homenageada foi Roberta Timóteo de Amaral Costa, uma das responsáveis pela criação do Conselho da Comunidade Negra na Cidade. “Não tenho palavras para representar o que sinto. Participei de diversas ONGs. Em algumas delas, auxiliamos mulheres em situação de rua, com doações de roupas e alimentos. Esse é um reconhecimento de todas que lutam por essas causas”, enfatizou.
Reconhecimento
Além das 13 mulheres homenageadas, a Prefeitura prestou reverência a outras duas representantes da luta antirracista no Município, preservação das religiões de matrizes africanas e atuação no Conselho Municipal de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra: as yalorixás Suely de Melo Pastoriza (Mãe Danda), da Associação Ilê Asé Alaketu Abébè; e Terezinha de Jesus Lima (Mãe Terezinha), do Ilê Asé Oyá Balenytàda
O evento ainda contou com apresentação de dança do Grupo Diversity Dance e o encerramento ficou por conta da escola de samba Mocidade Amazonense, que participou com sua diretoria.